- Área: 300 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:Renzo Rebagliati
-
Fabricantes: Equipotecnia, GRAMAR, High Light, Hilite, PUNA, Vainsa.
Descrição enviada pela equipe de projeto. A fachada austera e simples evoca o significado do nome do restaurante STATERA: "equilíbrio". O projeto se situa na rua La Mar, considerada um dos corredores gastronômicos mais importantes de Lima. Por trás da aridez escultórica da fachada, se propõe no interior um "oásis" urbano que representa o conceito gastronômico do restaurante, que busca expressar "O equilíbrio que encontramos na natureza através do equilíbrio perfeito de contrastes", como ocorre em um oásis "vegetação em um meio árido".
O equilíbrio arquitetônico deste pequeno projeto desenvolvido em dois pavimentos (totalizando 3000 m2) é alcançado levando a capacidade estrutural ao limite e gerando uma experiência onde o artificial (arquitetura) e o natural (vegetação) estão em constante interação, transformando a arquitetura no catalizador perfeito da experiência gastronômica que se vive nesse oásis escondido em meio à cidade.
Na parte superior do projeto propõe-se um jardim, que é considerado como ponto de partida dessa experiência. Os insumos e espécies para a cozinha se transformam na cobertura vegetal que, com a umidade de Lima, criam um ecossistema que, por sua vez, se transforma em parte importante da composição arquitetônica do projeto.
A extensão do jardim e a interação com o espaço externo foram alcançados graças a um jogo de Vigas Jardineiras que flutuam sobre o salão central, permitindo uma conexão constante do usuário com a fonte dos insumos a serem consumidos. O desenho dessas robustas vigas vai além do fator estético. Ao serem transformadas em grandes recipientes de metros cúbicos de terra, elas permitem cumprir uma função acústica significativa, ao mesmo tempo que passam a ser um pulmão vegetal.
A iluminação natural cumpre um papel importante na composição do espaço interno, ao mesmo tempo que é necessária para a vegetação inserida no projeto. Trabalhada através de teatinas (um elemento tipicamente peruano) diagonais, a luz é introduzida e direcionada, criando um jogo de contrastes de brilho e sombra. O efeito teatral de iluminação do espaço interno foi possível através da combinação do movimento do sol ao longo do dia em contraste com jardineiras que filtram e orientam essa entrada de luz zenital.
Considerada com o espaço mais importante do projeto, a cozinha foi proposta de maneira completamente aberta, tomando assim quase todo o comprimento do espaço do salão principal, convidando o comensal a ser participante do processo de elaboração de todos os pratos criados nela. O volume retangular de quase nove metros de comprimento é revestido com um mármore verde, que evoca a ação das raízes quando crescem ao redor de uma pedra na natureza.
Na parte posterior do projeto há um pátio interno aberto, como elemento de arremate visual do salão principal. Composto apenas por uma árvore e uma parede, o espaço funciona como transição perfeita entre a área central e a parte de serviço.